segunda-feira, 26 de julho de 2010

Plano de Saúde é um marco a favor da igualdade sexual

Gabriel Barbosa entrevista Eugenio Ibiapino
Nova Iguaçu se prepara para viver um novo tempo, com oportunidade e qualidade de vida para todos. O primeiro passo foi dado no último sábado, dia 17 de julho quando, depois de três dias de debate, foi encerrada a 8ª Conferência Municipal de Saúde. Cerca de 400 propostas foram apresentadas para compor o plano da cidade, 37 delas direcionadas à comunidade homossexual. O município, que até então não tinha política de incentivo à qualidade de vida da população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais,Travestis e Transexuais), deu um salto na questão dos direitos civis, reivindicados pelos representantes há muito tempo. Nas palavras do presidente do Grupo 28 de Junho, Eugênio Ibiapino, a aprovação das solicitações significam uma revolução contra o homofobismo.




Um encontro diferente, em que a democracia foi exercida do início ao fim. Gestores, usuários, profissionais da área, prestadores de serviços, todos tiveram voz durante a Conferência promovida em parceria entre a Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu e o Conselho Municipal. O secretário da pasta, Josemar Freire dos Santos, ficou satisfeito ao constatar a participação e representação ativa de toda sociedade. “Acredito que tivemos um grande avanço e juntos vamos superar as dificuldades para implantar as propostas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população, que é um dos compromissos da prefeita Sheila Gama”, enfatizou.



Entre os segmentos mais engajados, destacou-se a participação da comunidade LGBT. Presidente do Grupo 28 de Junho, Eugenio Ibiapino, atua na luta contra o homofobismo desde que chegou à Baixada, no fim da década de 80. Para ele, as propostas foram as medidas mais importantes a favor da igualdade sexual já implantadas na cidade. “A Conferência significou um avanço. Por meio do secretariado, a prefeita Sheila Gama demonstrou que seu governo está aberto ao diálogo com a sociedade civil. Em contrapartida, a sociedade civil precisa se aproximar mais do poder público para fazer valer o plano municipal de saúde”, afirmou Ibiapino.



Entre as propostas aprovadas está a criação da Coordenadoria LGBT, que segundo Ibiapino, funcionará como um canal para o debate entre os vários segmentos da comunidade; e a produção de material específico para a prevenção de doenças que será distribuído entre as mulheres homossexuais.



A Prefeitura, junto com outros órgãos, também investirá em treinamento para os servidores da área de saúde para que estejam capacitados a atender a população gay sem discriminação. “Fazemos parte de um setor que paga imposto, como todo mundo. Nós não queremos privilégios. Ninguém é melhor ou pior por ser homossexual ou heterossexual. Mas não adianta fazer parada enquanto as pessoas são maltratadas e ridicularizadas nos postos de saúde. Muitas pessoas ainda desconhecem a diversidade que existe na sociedade”, finalizou.